Gado de Leite: Como produzir?

 A escolha da raça pelo produtor é um importante passo para aqueles que querem investir na produção de leite. Contudo, não existe raças melhores que outras e sim há raças que são mais adequadas para determinados sistemas de produção em que as condições de manejo e ambiente atendem aos objetivos da produção 

Em qualquer tipo de região é possível a produção de leite por um criação de bovino leiteiro, o que determina a produção é a escolha certa de uma raça que se adeque a suas condições prevalecendo o bem-estar e conforto desses animais. Quanto maior for a exigência nutricional da raça maior deve ser o manjo e cuidado com esses animais para que os mesmo possam expressarem seu potencial genético.


QUAL A MELHOR RAÇA LEITEIRA NO BRASIL?


Temos oito raças leiteira:

  • RAÇAS EUROPEIAS    

Holandês


Os animais da raça Holandesa foram selecionadas inicialmente na Holanda e é a raça mais especializada para a produção de leite no mundo

A seleção atual dos sistemas e produção de melhoramento genético tem em foco a produção de sólidos; gorduras e proteínas.

A raça Holandesa produz leite em mis de 150 países.

É a raça mais utilizada nos cruzamentos e na formação de raça sintética, com predominância com as raças zebuínas,  como o Gir e Guzerá.

Pontos positivos: Alta produção de leite. animais dóceis

Pontos negativos: Sensíveis a altas temperaturas e umidades elevadas, susceptíveis aos carrapatos e à mastite e alta exigência nutricional 



Jersey


A raça Jersey foi selecionada na ilha de Jersey na Inglaterra, e considerada a segunda raça leiteira mais utilizada no mundo.

No brasil está em maior número nas regiões do Sudeste e do Sul. São animais considerados de médio porte, o leite possui alto teor de sólidos e são animais precoces (possuem vida reprodutiva ativa com menos tempo de idade dentre as outras raças)

Pontos positivos: Alta produção e leite, alto teor de sólidos no leite, animais férteis, com facilidades de partos, longevos (tendem a viver mais) e precoces.

Pontos negativos: Susceptíveis à mastite, cetose e febre do leite.

A raça produz mais quilos de leite que seu próprio peso corporal do que qualquer outra raça 



Pardo-Suíço

A raça é considerada a mais antiga do mundo, musculatura forte, pernas, pés e cascos resistentes. Tonando-se reconhecida por sua capacidade de adaptação principalmente ao clima tropical, além de sua pele pigmentada que tolera a fotossensibilidade. 

No Brasil a raça é utilizada em cruzamentos com o Girolando, Gir e Guzerá. As regiões sudeste concentram aproximadamente 60% dos rebanhos.

Pontos positivos: Alta produção de leite, teor de sólidos no leite maior que da raça Holandesa , tolerância ao clima tropical e dupla aptidão.

Pontos negativos: Animais de grandes porte e maior necessidade de requerimentos nutricionais para a mantença. 



  • RAÇAS INDIANAS 
Gir 

A raça é uma das mais antigas do planeta, é proveniente da índia que chegou ao Brasil em 1911 como o principal objetivo na produção de carne.

Com o crescimento e desenvolvimento do mercado leiteiro surgiu a necessidade de um gado com boa rusticidade, sem perder a qualidade do leite levando muitos investidores apostassem no melhoramento genético da raça.

Em constante busca pelo melhoramento genético chegaram ao principal cruzamento e mais famoso cruzamento com a raça Holandesa, dando origem ao Girolando, hoje reconhecido como raça.

Pontos positivos: Boa produção de leite, adaptabilidade, rusticidade, longevidade produtiva e reprodutiva e resistentes a parasitas.



Guzerá

Primeira raça zebuína inserida no Brasil em 1870. A raça contribuiu significativamente para o melhoramento genético e as raças mestiças.

Oriundo de suas origem rusticas o Guzerá se adaptou de forma positiva ao clima tropical do cerrado brasileiro, e por isso a raça se torna de baixo custo de criação.

Também conhecido como raça de Dupla-Aptidão, onde há existentes algumas linhagens da mesma para a produção de leite mesmo predominando na produção de carne 

Além de sua versatilidade nos cruzamentos o leite das vacas da raça são conhecido por não causarem nenhum tipo de alergia e de possuírem baixo teor de concentração de células somáticas

Pontos positivos: Fácil ganho alimentar, versatilidade de cruzamento, baixo custo de criação e rusticidade.

Pontos negativos: Tendência a condições como monorquidíssimo, prognatismo, lábio leporino, torax deprimido e pele sem pigmento.
 

 

Sindi 

A raça é conhecida por sua vocação para a produção de leite em abundância e também por sei ótimo desempenho na produção de carne.


É uma raça que ja entrou em declínio e passou a ser escarça na pecuária nacional por quase 30 anos, mas que nos últimos tempos vem tendo uma ascensão progressiva no Brasil.

Utilizada pala leite e carne, possui um histórico leiteiro podendo produzir de 10 kg a 15kg de leite por dia.

Pontos positivos: Dupla aptidão, habilidade materna, produção de leite de 8 a 10 meses e rusticidade.

Pontos negativos: Alto custo de manutenção e implementação, necessidade de um rebanho com boa genética, quando mal manejada ocasiona em piora na qualidade do leite e desenvolvem enfermidades.



RAÇAS SINTÉTICAS

As raças sintéticas são aquelas oriundas de cruzamento dirigidos/industrial, entre duas ou mais raças selecionadas para padronização e fixação de genótipos semelhantes e desejados. Uma das principais e mais utilizadas no Brasil é o Girolando 

Girolando

Produto resultado do cruzamento do Holandês com o Gir e direcionado para a fixação do padrão racial em 5/8 Holandês + 3/8 Gir

Possui capacidade de auto regulação de calor corporal, além de possuir pés fortes, hábitos de pastejo, capacidade ruminal, garantindo-lhe grande resistência e adequação ao meio ambiente 

Surgiu na década de 1950 no vale do Paraíba - Estado de São Paulo, os animais dessa raça possuem estatura média.

Pontos positivos: Alta rusticidade, boa precocidade e excelente potencial para a produção de leite.





Na escolha da raça para a formação de um rebanho com objetivo de produção de leite, deve-se observar.
  1. Condições ambientais de clima e de relevo
  2. Qualidade de solo e disponibilidade de alimentos
  3. Mercado existente para escoamento da produção
  4. Nível tecnológico adotado
  5. Sistema de produção a ser adotado
  6. Definição de raça mais adequada ao sistema de produção 
  7. Definição das práticas de manejo 
  8. Acessibilidade, sêmen ou embriões   

Para uma vaca leiteira, as principais características morfológicas a serem observadas são: 
  • Abertura peitoral
  • Profundidade corporal
  • Ângulo de garupa
  • Aprumos 
  • Cascos com Bom ângulo
  • Piso do úbere 
  • Ligamentos fortes 
  • Tetos uniformes 
  • Úbere largo 

ESPERAMOS QUE O EMPENHO DE TODA NOSSA EQUIPE, POSSA CONTRIBUIR PARA LEVAR CONHECIMENTOS E INFORMAÇÕES AO PRODUTORES, ESTUDANTES E TÉCICOS ENVOLVIDOS AO MEIO.
BOA LEITURA!



REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA 
LIVRO: 500 PERGUNA ° 500 RESPOSTAS 
ORIGEM: Embrapa 
EDIÇÃO: 3º 





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